Motim acontece na mesma semana em que a PM deixou de fazer a segurança interna da PCE
A Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara, volta a ser um cenário de barbaridade. Presos iniciaram uma rebelião na noite de ontem, fizeram agentes penitenciários reféns e pelo menos três presos teriam sido executados. A rebelião acontece no mesmo momento em que os policiais militares destacadas para ajudar na segurança interna do presídio foram retirados da PCE.
Ontem, em entrevista à reportagem do Jornal do Estado, o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), Clayton Auwerter, alertava sobre o risco iminente. “Todos sabem que a Penitenciária Central do Estado é um barril de pólvora e agora acenderam o pavio”, disse Auwerter á reportagem, horas antes do motim ser deflagrado.
Ainda na tarde de ontem em contato com a Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania, a informação era de que os policiais eram mantidos na PCE. “Fomos pegos de surpresa. Sem sermos comunicados, os policiais não estavam mais lá”, disse Auwerter, mencionando que a medida começou a tomar forma já na sexta-feira passada.
Os policiais militares ajudavam na segurança interna da PCE desde 2001, quando uma rebelião deixou um saldo de quatro mortos — um agente e três detentos. Devido à fragilidade das instalações, a PM deslocou um efetivo para dentro do presídio.
Conforme o sindicato dos agentes, trabalhavam na PCE 50 policiais militares — armados com bombas de gás lacrimogêneo e armas de bala de borracha. Dos 30 agentes penitenciários por turno, apenas 15 atuam diretamente nos deslocamentos dos detentos lá dentro. A PCE abriga cerca de 1.500 presos em um espaço projetado inicialmente para 500 pessoas.
Segundo informações nas rádios de Curitiba, testemunhas dizem ter escutado tiros dentro da PCE e muitos gritos. Presos jurados de morte e que estavam em isolamento podem ter sido assassinados. Os agentes feitos reféns não teriam sido molestados, conforme as rádios.
Os presos disseram que ninguém mais seria machucado, mas que negociariam apenas nas primeiras horas da manhã. Logo após o início da rebelião o Batalhão da Guarda — responsável pela segurança e vigilância no entorno do complexo penal em Piraquara — e o Pelotão de Choque da PM isolaram a área.
Desde que assumiu parte da segurança interna na PCE, a PM tinha data para deixar o local. Assim que fosse concluida a ampliação de galerias, os policiais deixaram a parte interna do local. As obras nas galerias não terminaram. Na avaliação de Clayton Auwerter um dos possíveis motivos da antecipação da medida seria um remanejamento de efetivo, que estaria em falta no Estado.
“Nada é impossível. Por um motivo qualquer os agentes foram colocados em risco”, reclama Auweter. Ele já havai comunicado a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). As informações não oficiais na noite de ontem davam conta de que o Pirmeiro Comando da Capital (PCC) estaria por trás da rebelião. O PCC, aliás, deu as caras no Estado justamente na rebelião de 2001.
Bem Paraná
Nota: Boa sorte para os colegas pegos pelos presos, torcemos por voces.
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